Rüdiger Dahlke é um médico alemão nascido em 1951. Psicoterapeuta, com influências junguianas e corporais, é também autor de diversos livros. Entre eles, alguns que tratam sobre os benefícios do jejum e da meditação para a nossa saúde. Seu livro mais famoso, “A Doença Como Caminho”, tornou-se importante referência na área.
Em seu livro sobre a respiração, “A Respiração Como Caminho Da Cura”, Dahlke se dedica ao estudo da respiração e aos benefícios que trabalhos corporais envolvendo respiração podem ocasionar. Em determinado momento do livro, Dahlke nos alerta para a importância em desenvolvermos atividades cotidianas de maneira consciente (um dos pressupostos básicos para a meditação). Diz ele:
“Uma pessoa que se alimenta e movimenta com pouca consciência e não medita, praticamente não terá experiências com o fenômeno do fluxo de energias. Talvez ela só sinta que acontece algo digno de atenção no orgasmo, no qual infelizmente há um fluxo muito curto de energia. O seu sistema energético, portanto, é despercebido, negligenciado e também dorme o sono da Bela Adormecida, quase sem uso. Não utilizados durante anos, os canais aos poucos podem se fechar ou, pelo menos, já não são muito permeáveis” (in: Dahlke, Rüdiger. A Respiração Como Caminho Da Cura. São Paulo: Pensamento-Cultrix, 2009. p.29)
Creio que o primeiro passo para qualquer pessoa que deseja iniciar uma prática de meditação se resume, acima de tudo, em desenvolver esse estado de atenção específico que Dahlke se refere como “consciência”. Antes de sentar em lótus, fechar os olhos e (fazer um tremendo esforço para) “não pensar em nada”, deveríamos nos preocupar em agir de maneira atenta, com a atenção concentrada, em cada atividade banal que executamos ao longo do dia. Se tentar fazer isso, verá que o desafio é tremendo e o consumo de energia enorme. Em pouco tempo você se esquecerá deste desafio e voltará a agir “no automático”.
Isto porque o nosso cérebro atua de forma a poupar energia em atividades mais corriqueiras, por isso é que não percebemos muitas coisas as quais fazemos de modo automático, como dirigir ou escovar os dentes, por exemplo. A mudança em nosso modo de agir no dia-a-dia, visando nos tornar pessoas mais “conscientes” de nossas ações, exige esforço e leva tempo. Quem sabe, talvez, ainda não seja tarde...
Um comentário:
Achei muito interessante a reflexão sobre o movimento cotidiano e o processo cerebral de economia de energia, mas seria o cérebro pré-disposto à economia? Ou na verdade ele foi condicionado?´
É minha opinião pessoal, que muitas lesões nos joelhos e nas costas, poderiam ser evitadas se as pessoas se movimentassem exercitando a sua presença em cada movimento que realizam.
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