Saiu hoje na Folha de São Paulo artigo sobre dados demográficos relacionados ao índice de suicídio. Alguns dados são interessantes: parece que, além do elevado grau de urbanização e do isolamento nas grandes cidades, o poder aquisitivo também configura "fator de risco" para suicídio. Sabemos que países mais ricos têm taxas mais altas de suicídio. Em São Paulo, bairros localizados no centro da cidade (portanto mais ricos) apresentam mais do que o dobro de suicídios do que os bairros de periferia. Outra informação importante é que, segundo a OMS, nos últimos 45 anos o número de casos de suicídio no mundo aumentou em 60%.
Qual a dinâmica envolvida neste processo? Será que conforme ficamos mais ricos, nos sentimos mais deprimidos? A vida perde sua "graça" se podemos ter tudo? Será que o sujeito que mora na periferia e batalha dia após dia, cada centavo, pela sobrevivência dele e de sua família não pensa em desistir? O que move estas pessoas? Será que ter um sonho, uma meta realmente difícil para alcançar na vida é um fator que mantém estas pessoas firmes para enfrentar as batalhas diárias?
Penso que "resiliência" possa ser a palavra adequada para pensarmos sobre estas pessoas.
Ainda segundo o estudo publicado, ser solteiro também seria fator de risco para o suicídio. Não sei se existe estudo específico para abordar esta questão, mas costumo pensar que "grau de intelectualização" (ou capacidade cognitiva e acesso à cultura) também possa ser considerado um fator de risco.
Um comentário:
Talvez, quem tenha uma boa situação financeira tenha mais tempo para pensar no sentido da vida do que quem precisa suar para comer todo dia, e ao pensar, percebe que a maioria das pessoas que são cheias de dinheiro, são vazias por dentro.
Postar um comentário